A gente quer comida, diversão e arte
No Brasil, as opções de lazer são de fato, o índice que mais contribui para a segregação social,isso porque o número de atividade de lazer são ada vez mais restritas e destinadas a um público específico. Os bares, que hoje estão em alta, conseguem selecionar seu público logo à partir d entrada, isso porque o valor investido para acessar os ambientes já são visivelmente maiores, como forma de escolher uma determinada classe social para adentrar aos locais.
Teatros, cinemas, shows, são as opções mais visadas, mas nem todos tem acesso a estas opções, devido aos altos preços cobrados. A meia passagem estudantil, foi uma ferramenta criada para garantir o direito ao lazer, positivado em constituição federal, a todos os cidadãos.
Em Salvador, a atual postura adotada pelo então prefeito, ACM Neto, para viabilizar a saída da população mais baixa, foi reduzir pela metade o preço dos coletivos no domingo, que segundo ele, garantirá o deslocamento dessas pessoas até seu destino.
Mas, apesar de todas as atitudes adotadas nas diversas esferas do governo, são apenas paliativas, não garantem, de fato, entretenimento para a classe mais desfavorecida, que rotineiramente tendem a adotar como forma de lazer as praias, o som alto na porta de residências e bares, além dos famosos churrascos na laje.
Este hábitos, naturalmente seguidos pela classe C,D e E, que antes era muito mal visto e associado a falta de dinheiro e prestígio, está cada vez mais sendo difundido pelos jovens da classe A e B também. Apesar dos adultos destas classes ainda inferiorizarem os hábitos de lazer dos pobres, os jovens da mesma classe estão aderindo a esta cultura, mas de maneira diferenciada.
Diferença esta sentida por exemplo, na disputa de som. Enquanto os menos favorecidos elevam o volume do som do seu carro em praças e avenidadas,os jovens de condições econômicas melhores, realizam o tunning nos seus carros como hobbie e realizam campeonato fechado para eleger qual o melhor som. Já os churrascos da laje dos pobres, torna-se um churrasco na piscina de quem tem melhor condição, ou simplesmente “uma social na casa do amigo”.
De qualquer forma, independente das formas que se utilizam para se divertirem, deve-se lembrar que as diferenças devem ser respeitadas e não atingir ao direito do outro, diminuindo, por exemplo, o volume de som após as 22h, e respeitando a lei do silêncio. Seja em casa, com os amigos ou na rua, o que vale é deixa a imaginação tomar conta e abstrair os problemas do dia a dia.
Por: Yasmine Costa