Fome e política nacional
03/06/2013 07:52A questão da pobreza e exclusão social é muito mais ampla do que se imagina. Quando pensa-se sobre o tema, não dá para fazer uma análise isolada da pobreza, a falta de condições de sobrevivência. Deve-se pensar no cenário político, educacional, cultural do país. As diferenças sociais são vistas não só na questão da moradia ou alimentação, que ainda nos dias de hoje são as que formam as imagens mais fortes, pode –se ver diferenças no lazer, no modo de vestir e no modo de se portar nos lugares.
Segundo Bobbio, não é possível que se fale de proteção aos direitos fundamentais do homem sem que se leve em consideração o cenário de miséria e guerra. Para ele, proteger estes direitos fundamentais, está ligado diretamente ao desenvolvimento global, e por isto, não é possível analisá-lo fora do contexto.
Hoje, o que continua a chocar em escala maior é que, pessoas continuam a morrer de fome em todo o mundo. No Brasil, cerca de 40% da população está acima do peso . Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e agricultura- FAO, a cana ano, são produzidos o dobro de alimentos para alimentar o dobro da população mundial. Estes números, e a informação de que países como os Estados Unidos tem a maioria da população, inclusive crianças, obesas, nos faz inferir que o problema da fome não é a falta de alimentos, e sim, o acesso aos itens da cesta básica. Isso porque o alimento hoje, é visto como mercadoria de venda, o principal papel dos alimentos hoje, é o de comercialização, ficando a saciedade da fome em segundo plano.
Para tentar minimizar este bloqueio para extinguir a fome, criado pelo sistema capitalista, o governo do Brasil criou políticas sociais como o bolsa família, o vale gás, que dispõe um valor em real para cada cadastrado. Mas, será que estes incentivos financeiros resolvem os problemas que assolam o país? Porque, o que se vê são pessoas em idade economicamente ativa que estão acomodadas com sua situação social, e acreditam que não têm perspectiva de melhora. Então fica aquela velha reflexão, porque dá-se o peixe, ao invés de ensinar a pescar?
Yasmine Costa